Medidas de Contenção ao Coronavírus em Foz do Iguaçu

Com o avançar da epidemia do Corona Virus pelo Brasil, a intensificação das medidas de combate a expansão das infecções pelo Covid-19 tem repercutido diretamente no turismo local e nesta semana a avalanche de fechamento de atrações turísticas em Foz do Iguaçu aconteceu.

As mudanças aconteceram muito rapidamente. Exatamente como tem sido o avançar da doença. Se o vírus do Corona avança tão rápido, medidas rápidas tem que ser tomadas pra evitar sua propagação e não permitir que o Brasil se torne uma “nova Itália”.

Há apenas 10 dias atrás as pessoas ainda se indagavam sobre se realmente havia porque se preocupar com o Coronavírus em relação a Foz do Iguaçu e a maior parte das pessoas tentava tranquilizar os turistas, comentando sobre como tudo estava aberto e funcionante.

Fechamento das Fronteiras

Mas há 5 dias atrás, a primeira notícia pegou todos de surpresa quando a Argentina anunciou o fechamento das Cataratas da Argentina. Na época a Argentina contava com cerca de 17 casos de Covid-19 confirmados e vários suspeitos. Junto com esse fechamento, também foi instituída a limitação aos Cassinos.

No dia deste anúncio, já houve grande burburinho entre a comunidade de turistas que aspiram visitar Foz do Iguaçu. Muitos já começaram a anunciar desejo de cancelar ou efetivamente começaram a cancelar suas viagens, visto que as Cataratas da Argentina é um dos passeios mais desejados entre os visitantes que vem a Foz do Iguaçu.

Fomos tomados de surpresa mas ao mesmo tempo tomamos dimensão de que a coisa estava cada vez mais próxima da gente. Apenas 2 dias depois o Paraguai anunciou o fechamento parcial de suas fronteiras, junto com o anúncio do fechamento da fronteira da Argentina. Foi um baque.

Iniciamos a semana com todo o acesso ao Paraguai barrados. Somente brasileiros com documentação paraguaia podiam cruzar a fronteira. Paraguaios podiam ir e vir. Já as fronteiras da Argentina estavam mais severamente cerradas.

Foi uma surpresa muito grande para muitos turistas pois nestes dias ainda haviam muitos turistas pegos de surpresa que estavam fazendo vários passeios que ainda estavam abertos. Certamente o fechamento da fronteira do Paraguai foi quando percebi a maior avalanche de notificações de desmarcações de viagens nos grupos de turismo que participo.

E foi nesses dias também que os ânimos se acirraram em Foz do Iguaçu pois a corrida pelos supermercados de Foz do Iguaçu se iniciou, principalmente por parte dos paraguaios, que vinham aqui só para fazer compras e estocar alimentos e produtos de higiene. Não tardou a começar a faltar alguns produtos nas prateleiras de alguns mercados em alguns momentos. Mas nada estarrecedor, pois era logo corrigido de um turno para outro.

Mas nada se iguala a escassez de alcool gel e máscaras para proteção do rosto, que acabaram logo que as pessoas começaram a tomar ciência da proporção dos perigos do Covid-19 estarem tão na nossa porta. Estes produtos estão bem difíceis de serem encontrados em Foz do Iguaçu e quando chegam em algum comércio local, acabam logo após chegarem.

Infelizmente os comércios ainda não adotaram a limitação de produtos por pessoa. Seria o mais recomendável para os produtos como máscara e alcool gel. Isso é preocupante pois pessoas que não tem necessidade do produto acabam comprando aos montes máscaras para estocar em casa enquanto profissionais e pessoas que realmente precisam do produto acabam ficando sem.

Primeiros pontos turísticos a fecharem acesso

Os primeiros pontos a fecharem acesso em Foz do Iguaçu não eram meramente turísticos, mas pontos que são religiosos, e portanto já havia uma diretiva prévia aconselhando que estes locais tivessem o trânsito de pessoas  restringido.

Sendo assim a Mesquita Islâmica logo interrompeu a visitação a sua área externa e o Templo Budista vetou completamente as visitas ao templo.

Medidas adotadas pela Prefeitura e Comércio

Essas medidas vieram em conjunto com o anúncio prévio da prefeitura que as aulas municipais estariam pra ser suspensas.

A Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu já havia expedido decisão anunciando que na terça feira as aulas municipais seriam suspensas. E durante a semana novas negociações foram feitas e outras instituições também foram sendo incluídas nas paralizações:  escolas estaduais, faculdades e escolas privadas. Por fim a Universidade Federal aqui de Foz do Iguaçu, a Unila, foi a última a anunciar a paralisação.

Uma nova portaria seguiu-se proibindo o funcionamento de casas noturnas, bares fechados, shows, eventos, feiras livres, eventos esportivos, academias, entre outros.

E por fim o efeito dominó se concluiu com o fechamento de todos os pontos turísticos entre segunda e quarta-feira (dia 18 de março): começou com o fechamento das Cataratas do lado brasileiro (lado argentino já havia fechado, como comentei), Parque das Aves, Itaipu, Marco das 3 Fronteiras e por fim as últimas atrações a fecharem foram o Katamaran e o Dreamland.

O fechamento das Cataratas do Iguaçu já vinha sendo solicitado pela população de Foz do Iguaçu há vários dias, preocupada com o grande fluxo de estrangeiros no local. No entanto o município não teria autonomia para tal interrupação. Quem acabou por fechar o acesso foi o Ministério do Meio Ambiente, que solicitou a suspensão a visitação em todos os parques nacionais do país – no entanto o prazo é bem curto: apenas uma semana.

Essa interrupção de visitação pública vale também para unidades federais de conservação ambiental. Espera-se que esse prazo seja estendido após esse período de uma semana.

O impacto para o turismo de Foz do Iguaçu certamente será imenso. Os cancelamentos de passeios são muitos. Existe toda uma campanha para que as pessoas remarquem seus passeios ao invés de remarcar, mas é difícil simplesmente assegurar uma remarcação quando ninguém tem previsão de prazos para término dessa fase. A menos que a pessoa aceite postergar bastante a viagem.

Em termos de impacto econômico, certamente o sofrimento será grande. Mas nesse momento, ainda estamos concentrados nos impactos sobre a saúde da população. Foz do Iguaçu recebe nesta semana a confirmação do primeiro caso de Covid-19 e já é grande o burburinho na cidade. Se a urgência pelo cuidado era imensa, agora ela é mais do que imperiosa.

Todos esses pontos turísticos foram fechados com o objetivo de evitar as aglomerações. Já é visível na cidade a queda do movimento no comércio e restaurantes mas ainda é preciso mais empenho da população para evitar a movimentação. Ainda está longe do esperado o respeito pela quarentena.

Dados Atuais do Covid-19 na Região:

Paraguai: 11 casos ativos

Argentina: 92 casos ativos

Brasil: 523 casos ativos / 1 na região de Foz do Iguaçu

Mas