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Papo Sério: vale a pena andar de moto ?

04.04.2015

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E hoje tem papo sério. Eu resolvi postar esse vídeo pois é um assunto que sempre comento no facebook e achei que valia a pena compartilhar este vídeo. Não é o primeiro do gênero que assisto e sempre que me deparo com um vídeo assim, acabo comentando sobre o quanto é perigoso andar de moto e compartilhando via face. Mas hoje achei que esse assunto deveria vir pro blog, pra ficar mais perene aqui e não um post perdido no passado.
 Claro que todos estamos sujeitos a toda sorte de acidentes e nunca se sabe do que resulta um mero descuido numa tropeçada infeliz. Mas convenhamos, como diz o Jô S., moto foi FEITA pra CAIR. É a lógica dela. Então, se vc adora sua motoquinha .. tudo bem .. mas tem que ter ciência de qual é a visibilidade que as pessoas tem de vocês. Mtas vezes vemos isso, pedestres se atirando na frente dos carros pra atravessar a rua pq não tem a mínima noção de proporção de distância e cálculo de velocidade. Claro que a imprudência está em todos os lados e os abuso dos motoristas contra ciclistas são especialmente ferozes … mas o que quero dizer é .. independente de culpa, a prevenção e o cuidado devem ser gigantes pois qual é o lado mais fraco dessa história ? Quando se fala que seu corpo é o pára-choques, dá pra ter noção melhor disso nesse vídeo abaixo ? Dos giros ? Das rotações seguidas de impacto? Há que se levar em consideração que quando você se acidenta com uma moto você tem 30 (trinta !) vezes mais chances de morrer ou se machucar do que quem se acidenta com um carro.
Eu particularmente não cheguei a contar em quantos, mas em alguns dos acidentes do vídeo que mostrarei abaixo eu tive que voltar pra ver de onde veio a moto. Quanto menor a sua massa, menor a sua visibilidade. E tem uma galera que tem uma dificuldade imensa de enxergar motociclista. Há ainda que se falar nos pontos cegos .. quanto menor sua massa, por mais tempo vc estará dentro de um ponto cego e a chance de você ser atingido é muito maior do que a chance de qualquer veículo maior que você. Não é perseguição contra as motocicletas … o vídeo que mostro mais abaixo é uma mistura de imprudência, fatalidade, descuido, desatenção, excesso de velocidade, falta de sinalização (olha a seta !) … são tantos fatores que é pra se pensar no assunto. 
Eu sempre fui uma apaixonada por motos desde há adolescência, mas desde que ingressei na fisioterapia abandonei a ideia louca de um dia bancar uma de “Malu Mader” em Fera Ferida haha. E isso ficou mais forte ainda depois que passei a atender em clínica. Durante alguns anos tive uma clínica onde todos os meses .. TODOS … todos os meses, TODOS .. eu disse, TODOS, eu recebia novos pacientes acidentados de moto. Era uma matemática louca, pois por causa de menos de 1 segundo de descuido, muitos deles entravam na minha clínica pra levar, literalmente, meses pra ter alta da fisioterapia. Quando digo meses é coisa de 4, 6, 10, 12 meses. A coisa tomou uma proporção tão grande que quando chegava um paciente todo quebrado, com fraturas importantes, andando com dificuldade ainda atrapalhado com suas muletas … eu apenas olhava e perguntava: “- Moto ?”. E a resposta era 100 % das vezes um “aham” ou apenas assentir de cabeça. Tá certo, vamos lá. 
Eu portanto não deveria querer reclamar, afinal os motoqueiros são uma fonte interminável de trabalho pra nossa categoria profissional. Mas é tão triste. Em geral pessoas jovens, que passam por um longo período improdutivo e muitas vezes a pessoa nem tem condição de estar afastada do trabalho por ser autônoma ou não ter carteira assinada. Isso sem falar nas dores e limitações pra tudo na vida. Além do mais, pensa só nesse dado que tenho de 2012: 7 mil crianças com crianças neste ano ficaram “inválidas” (uma nomenclatura que seja compreensível) por acidentes de trânsito e dessas 7 mil, a metade, estava numa garupa de moto.

Você pode dizer, Paty, você está sendo hipócrita, pois você anda de moto eventualmente. Sim, eu já voltei “senhoras algumas vezes” do Paraguai de moto-táxi e eu sempre voltei tremelicando e pensando : “Putz, se der zebra essa viagem … quero só ver a minha cara quando der de cara com o Dr. Tal ou Tal no pronto-socorro” … afinal, eram eles que me encaminhavam os quebrados. Mas eu realmente evito ao máximo e pra mim é sim uma postura de vida ir contra o uso da moto sempre que for possível. A prova disso é que não tenho uma, apesar de todo amor que sempre senti por elas desde muito cedo. Sempre achei bonito e sonhava em ter uma bonitaça ou cheia de “fru-fru”. Mas tem tanto lugar no mundo pra gente encher de “fru-fru” … eu não preciso de uma moto pra ser feliz. Além do mais, se você a cada vez que sobe numa moto está sujeito a um risco aumentado de ter sequelas mais sérias ou até mesmo morrer em caso de acidente, obviamente esse risco aumenta exponencialmente de acordo com a quantidade de vezes que você sobe em cima de uma moto.
Sei que muitos vão discordar de várias coisas mas o fato é … as imagens dizem por si só.
Mas e como mudar isso ? Respeito, consciência, cautela são alguns dos ingredientes importantes e que devem ser adotados por todos os lados.

As campanhas na defesa dos motoqueiros ainda são muito pouco frequentes e não tenho notícias sobre a eficácia das que houveram. E as campanhas não são de forma alguma agressivas como a minha que propões não se ter motos .. elas levam muito mais para o lado da cautela, da direção defensiva, fazer ultrapassagens pelo lado correto, manter luzes acesas e claro, a questão da velocidade. Porque a moto tem que vir atrelada a excesso de velocidade ?

As campanhas italianas abaixo lembram sobre a visibilidade diminuída do motociclista quando comparado a outros veículos mas apontam medidas simples pra incrementar a sua segurança: pilotar com cautela, acender as luzes e ultrapassar pelo lado correto.

E se você observar as campanhas publicitárias de propaganda de moto, eles adoram vender a ideia de aventura, adrenalina. Essa da esquerda coloca entre os empecilhos no trânsito do motociclista, entre diversos artefatos de trânsito, relógios e celulares. Atrelam a imagem de moto com correr contra o tempo. Já nas campanhas da direita a moto é vendida como um objeto de masculinidade e força. Ou ainda vemos campanhas reforçando as ideias de velocidade, adrenalina, aventura.

Como eu disse, não estou elegendo culpados. Há muitas variáveis envolvidas nos acidentes com motociclestas. Estou apenas propondo uma reflexão: “- O risco vale a pena ?”.

 Bjkinhas de Pimenta.

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